O sumiço do vaqueiro
Nordeste

O sumiço do vaqueiro



O SUMIÇO DO VAQUEIRO
*
Quando o vaqueiro partiu
Minha dor doeu no peito
Com saudades do sujeito
Que minha vida floriu
Minha alegria sumiu,
E nesta situação
Olhando pro seu gibão
Eu renego meu destino
Pois meu maior desatino
Foi perder minha paixão.
*
Tão garboso ele passava
Bem em frente ao meu portão
Com uma rosa na mão,
Que beijava e me jogava.
Eu toda prosa ficava
Com aquele moço Trigueiro
Que rondava meu terreiro
E me chamava de flor,
Por merecer meu amor
Entreguei-me ao tal vaqueiro.
*
Uma viagem esticada
Ele foi e não voltou.
Meu coração palpitou,
E chorei desesperada.
Olhos grudados na estrada,
E aperto no coração
Murchava a flor do sertão
Que hoje se chama saudade
Perdeu a felicidade
Ao perder sua paixão.
*
Nem vaqueiro nem boiada,
Só saudade e solidão
Passando pela estrada
Que corta o meu sertão.
Não tem aceno de mão,
Nem levantar de chapéu,
Pois hoje mora no céu
Aquele viril vaqueiro,
Que tacava o tempo inteiro
Boiadas de déu em déu.

Dalinha Catunda



loading...

- Estudo Para Cordel: Sertão De Vaqueiros, Berrantes E Aboios
Por Rangel Alves da Costa* Num sertão de mataria, de pega de boi e correria, o sertanejo quando acorda, olha o mundo e o que lhe aborda e mesmo que tudo esteja triste, pois o verde não mais existe, a seca inclemente persiste e a esperança quase desiste,...

- Poesia: No Balanço Da Rede - Dalinha Catunda
No balanço da rede(Dalinha Catunda) Você esqueceu minha redeVeio outro e se deitou.Deixou de me chamegar,Veio outro e chamegou. A rede estava armada,Mas você se desarmou.Agora está lamentandoPois outro me embalou. No vai e vem da redeFaz zuada o...

- #poesia: Espinheta Paixão - Dalinha Catunda
Espinheta Paixão (Dalinha Catunda) Dois pés de mandacarusEm uma vereda se via.Ali cresceram juntinhosÉ assim que se noticia.Não sei se é bem verdade,Ou lenda que o povo cria. O povo que passa por lá,Fazendo sua romaria,Diz que um, é o tal João,O...

- Migrante
(Autoria de Dalinha Catunda) Migrante Sou das águas retiradas. Sou do sertão nordestino. Das caatingas desertei, Lamentando meu destino. Pois deixar o meu torrão, Machucava-me o coração Causando-me desatino. Meu dialeto sagrado, Era motivo de riso....

- Desafios E Violas
Vou riscar da minha agenda (Louro Branco e Miro Pereira) Vou riscar da minha agenda Gente que perde os sentidos Rico que não da esmola Gente que acoita bandidos Cabra que compra e não paga E mulher que tem seis maridos (Louro Branco) Politicos que...



Nordeste








.