Nordeste
Por Dalyne Barbosa
Não se dança mais quadrilha como antigamente. A frase soa saudosista, mas constata uma mudança radical.
Antigamente as eram dançadas ao som de grandes orquestras, na corte francesa, para homenagear reis e rainhas. Vestidos pomposos, passos lentos e reverentes. Depois de ganhar outras influências pela Europa, chegou ao Brasil, indo para os mais diversos cantos do país e em cada lugar recebendo referencias diferentes.
No sul ganhou uma versão que satiriza a antiga dança aristocrata. No Nordeste ganhou o triangulo, a zabumba e o acordeon, ou sanfona, sendo intimamente relacionada ao forró, xaxado, xote e baião, tão difundido pro Luiz Gonzaga.
Porém recentemente, as quadrilhas abandonaram a orquestra, ou o trio nordestino, pelo som gravado e reproduzido por caixas de som. Elas montam uma trilha com algumas músicas conhecidas (a maioria Rei do Baião) e a partir daí montam suas coreografias. Mais, ainda assim, as quadrilhas guardam alguns segredos na hora de pensar suas coreografias. Durante a mostra de quadrilhas no XXXII Festival Nacional de Folguedos, em Teresina- Piauí, alguns grupos chegaram a revelar esses segredos.
A quadrilha Xuá Xuá, o passos são definidos por um coreógrafo. "Se não fosse ele acho que a quadrilha não teria saído esse ano, mas nós também criamos muitas coisas", diz Jeysselane de Freitas, que também é coreógrafa da quadrilha.
Mas o segredo da composição das coreografias da Xuá Xuá está no próprio Encontro Nacional de Folguedos: "Nós assistimos DVDs dos anos passados, vemos os passos de várias quadrilhas e a partir deles inventamos outros passos", revela Jeysselane.
Outra modificação no que diz respeito à quadrilha é que elas deixaram de ser uma homenagem à realeza, e passou a ser uma representação da historia de cada região, no nordeste, por exemplo, é comum encontrarmos quadrilhas que além dos tradicionais noivo e noiva (que são uma referência ao santo casamenteiro, Santo Antônio), trazem Lampião e Maria Bonita como personagens.
Sentir a história que reflete a força do nordestino em uma tradição afeta diretamente a quem interpreta e a quem assiste à apresentação. "É um prazer de ser Maria bonita e quando o povo aplaude, passa uma alegria que contagia a gente", diz Jeysselane, que representa a companheira de Lampião.
Da cidade de Boa Hora, cidade da região norte do Piauí, a quadrilha Verdes Canas veio à Teresina cantar originalidade. "Não temos nada de repetido das outras quadrilhas, eu faço a coreografia de acordo com o tema, que este ano é 'São João na Roça', e o resto é criatividade", afirma Ed Rego, coreógrafo da Verdes Canas.
Mas tradições têm mesmo essa característica fundamental, assim como a criatividade do povo a criou é a criatividade de quem recebe essa história como herança que vai modificá-la.
Foto: Quadrilha Xuá Xuá
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Nordeste
Quadrilhas: ainda mais padronizadas e eletrônicas
Por Dalyne Barbosa
Não se dança mais quadrilha como antigamente. A frase soa saudosista, mas constata uma mudança radical.
Antigamente as eram dançadas ao som de grandes orquestras, na corte francesa, para homenagear reis e rainhas. Vestidos pomposos, passos lentos e reverentes. Depois de ganhar outras influências pela Europa, chegou ao Brasil, indo para os mais diversos cantos do país e em cada lugar recebendo referencias diferentes.
No sul ganhou uma versão que satiriza a antiga dança aristocrata. No Nordeste ganhou o triangulo, a zabumba e o acordeon, ou sanfona, sendo intimamente relacionada ao forró, xaxado, xote e baião, tão difundido pro Luiz Gonzaga.
Porém recentemente, as quadrilhas abandonaram a orquestra, ou o trio nordestino, pelo som gravado e reproduzido por caixas de som. Elas montam uma trilha com algumas músicas conhecidas (a maioria Rei do Baião) e a partir daí montam suas coreografias. Mais, ainda assim, as quadrilhas guardam alguns segredos na hora de pensar suas coreografias. Durante a mostra de quadrilhas no XXXII Festival Nacional de Folguedos, em Teresina- Piauí, alguns grupos chegaram a revelar esses segredos.
A quadrilha Xuá Xuá, o passos são definidos por um coreógrafo. "Se não fosse ele acho que a quadrilha não teria saído esse ano, mas nós também criamos muitas coisas", diz Jeysselane de Freitas, que também é coreógrafa da quadrilha.
Mas o segredo da composição das coreografias da Xuá Xuá está no próprio Encontro Nacional de Folguedos: "Nós assistimos DVDs dos anos passados, vemos os passos de várias quadrilhas e a partir deles inventamos outros passos", revela Jeysselane.
Outra modificação no que diz respeito à quadrilha é que elas deixaram de ser uma homenagem à realeza, e passou a ser uma representação da historia de cada região, no nordeste, por exemplo, é comum encontrarmos quadrilhas que além dos tradicionais noivo e noiva (que são uma referência ao santo casamenteiro, Santo Antônio), trazem Lampião e Maria Bonita como personagens.
Sentir a história que reflete a força do nordestino em uma tradição afeta diretamente a quem interpreta e a quem assiste à apresentação. "É um prazer de ser Maria bonita e quando o povo aplaude, passa uma alegria que contagia a gente", diz Jeysselane, que representa a companheira de Lampião.
Da cidade de Boa Hora, cidade da região norte do Piauí, a quadrilha Verdes Canas veio à Teresina cantar originalidade. "Não temos nada de repetido das outras quadrilhas, eu faço a coreografia de acordo com o tema, que este ano é 'São João na Roça', e o resto é criatividade", afirma Ed Rego, coreógrafo da Verdes Canas.
Mas tradições têm mesmo essa característica fundamental, assim como a criatividade do povo a criou é a criatividade de quem recebe essa história como herança que vai modificá-la.
Foto: Quadrilha Xuá Xuá
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