O conto da lua - 2
Nordeste

O conto da lua - 2


O perfume da noite
Cap. 2 – A dúvida

Um dia antes da ligação ele estava voltando para casa e ao fazer a curva, teve aquela estranha sensação de tê-la visto. Aquele andar lhe era muito peculiar. Ainda olhou pelo retrovisor, mas como tava em certa velocidade não teve certeza. Os carros buzinando também impossibilitaram um possível retorno, além do mais era horário de pico e todos estavam com o estresse a flor da pele. Preferiu seguir em frente, mas aquela possibilidade deixou-o pensativo e o fez voltar alguns anos em sua mente. Ao chegar em casa a rotina doméstica pois uma virgula naquelas lembranças.

A lua estava linda e toda aquela nostalgia pedia uma dose de uísque. Colocou algumas musicas que há tempos não ouvia. Da varanda contemplava todo aquele cenário, nada como um momento assim depois de um dia estafante no trabalho. A sensação era que a lua o observava. Misteriosa como sempre e cúmplice de seus segredos mais íntimos, ela parecia ser sua única companhia naquela noite, mas não era, havia outra ali bem viva em seu imaginário: ela. Podia vê-la ao fechar os olhos e até sentir seu perfume novamente. Chegou a convidá-la para um drinque e sobe os efeitos da quarta dose, sorriu balançando a cabeça negativamente.

Teve vontade de ligar para alguns amigos em comum da época, amigos que não mantinha contato a certo tempo. Seria bom poder conversar um pouco, atualizar-se dos acontecimentos recentes e fortuitamente é claro, tentar descobrir se ela estava de volta. Pensou por alguns minutos pra quem ligar primeiro, até fez uns rabiscos do provável diálogo que teria que seguir como fazia na adolescência. Achou aquilo ridículo, mas ao mesmo tempo engraçado e emocionante. Sentia a adrenalina o contagiar. Primeiro justificaria sua ligação perguntando se possuía o telefone de outro amigo, isso seria uma boa desculpa, em seguida falaria de trabalho, futebol, mulheres e finalmente perguntaria pela velha guarda, a chance dela torna-se o assunto principal da conversa seria alta. Mas tudo teria que parecer casual.

E assim fez, ligou, conversou por vários minutos, mas não obteve nenhuma informação sobre ela. Nem se quer foi mencionada na conversa. Sua estratégia falhou. Não conseguiu conter a frustração, embora não demonstrasse nada. De certa forma ficou feliz em ter conversado, é sempre bom manter o contato com os velhos amigos. Até marcaram de sair no fim de semana.

Estava na hora de dormir. O dia seguinte seria decisivo, aquela reunião era de extrema importância. Entretanto, preferia não pensar em trabalho e foi dormir com uma dúvida: será que era ela?

Continua...
Cap.3 - O passado se fez presente
Cap.4 - Nosso tempo acabou
Cap.1 - O outro lado da lua



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