Calamidade
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Calamidade

(Dalinha Catunda)

O Brasil anda agoniado
Sofre sua população

No sul as águas fartas

Causam a inundação

O povo sofrido chora

Com tanta destruição.

Famílias desesperadas,

Perdem casa e plantação

Até gente levam as águas

Muito triste é situação

E o desespero comove

Quem vê na televisão.

Pior é quem sente na pele

A revolta da natureza,

O lamaçal toma conta

Arrastando toda beleza

Desse sul tão majestoso

Que se acaba em tristeza.

É gado na água morrendo

Famílias inteiras soterradas.

Crianças tão indefesas

E mães desesperadas

E a própria Defesa Civil

Não pode fazer quase nada.

Quanta água destruindo

A vida de uma população,

Porém seriam bem-vindas

Se caíssem lá no sertão

Do Nordeste brasileiro,

Onde mora a sequidão.

Os açudes estão secando,

O povo já começa a rezar

O fogo consome os pastos,

E a água não cai por lá.

É o gado e pasto secando,

Da vontade de chorar.

O sol não faz feriado,

O mato inteiro secou,

A caatinga ficou branca,

Outra parte amarelou

O povo pede clemência,

E reza pra Nosso Senhor.

Eu não consigo entender,

Me dói essa contradição.

O sul morrendo afogado,

De sede morre o sertão,

E diante dos meus olhos,

Não vejo uma solução.

E se a natureza cobra,

Com juros a destruição.

Vamos ser consciente

Tratar melhor nosso chão.

Porque a lei do retorno,

Não tem piedade não.


Dalinha Catunda é Acadêmica da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel. A imortal ocupa a cadeira de numero 25 que tem como patrono Juvenal Galeno, poeta e folclorista cearense.

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